Capítulo 7 Talvez não seja fingimento

Vinícius leu tudo, sem expressão no rosto, com a mandíbula tensa.

Ele achava que ao dar um tempo para Mariane ela poderia recuperar o juízo, mas pelo contrário, a situação dela piorou!

Então ela estava pedindo o divórcio apenas por dinheiro.

– Sr. Lopes, como devo responder à sua esposa?

Vinícius bloqueou Mariane diretamente em sua conta e devolveu o celular para Dario, dizendo:

– Não precisa se preocupar com ela. Bloqueie o cartão dela e faça ela pensar com clareza.

Dario concordou repetidamente e depois disse:

– A propósito, da última vez, o senhor me pediu para encontrar um conjunto de joias de nível de herança histórica, e eu encontrei um conjunto de jade violeta. Seria adequado para presentear a…

Vinícius levantou o olhar e olhou para ele.

Dario tossiu levemente e perguntou:

– Devo tirá-lo antecipadamente?

Vinícius franziu a testa e respondeu:

– Deixe como está por enquanto.

– Certo. – Dario pensou por um momento e disse. – Encontrei algumas opções para a casa que o senhor pediu para a Srta. Luana. Quer dar uma olhada?

Ao mencionar Luana, o rosto de Vinícius ficou complicado.

Dario sabia que ele se importava com Luana e não queria ser negligente em relação a ela, então ele mencionou brevemente as informações sobre as casas ao redor.

Após um momento, Vinícius falou:

– A área deve ter uma creche e o sistema de segurança deve ser duas vezes melhor do que o de Jardim Rosário. Faça tudo do melhor jeito possível. O resto, você cuida.

– Sim, senhor.

…

Mariane estava com o celular na mão, olhando para a mensagem na conversa com o assistente Dario, onde estava escrito um simples “Estou te deletando”, um pouco perplexa.

Ela sabia de quem era a ordem.

A última forma de “cobrança de dívidas” do divórcio também foi bloqueada, e ela estava pensando se deveria procurar Vinícius por conta própria e resolver o acordo de divórcio pessoalmente.

Enquanto estava pensando no que fazer, uma ligação interrompeu seus planos.

Seu avô Felipo, que a havia procurado recentemente, pediu para ela levar Vinícius para jantar em casa.

Tamires estava descansando e não pôde deixar de perguntar:

– Seu avô está querendo aprontar alguma coisa?

Mariane sentiu um peso no coração. Não fazia muito tempo desde a última vez que Felipo a forçou a procurar Vinícius, e agora ele estava ficando cada vez mais ambicioso.

Vendo que ela não respondia, Tamires ficou um pouco preocupada e disse:

– Gustavo está prestes a fazer o exame de vestibular, se seu avô descobrir sobre o divórcio, será que ele vai causar problemas para Gustavo e usá-lo para te chantagear?

Isso era o que Mariane mais temia.

Para a família Giordano, ela era apenas uma peça de jogo para conectar interesses.

Após a morte dos pais, o avô inexplicavelmente não gostava dos dois irmãos, e se seus interesses fossem prejudicados, Felipo provavelmente os engoliria vivos.

Nas vezes anteriores, sempre que ela não concordava, o velho também usava Gustavo para puni-la.

Ela poderia aguentar qualquer coisa, mas Gustavo não poderia se envolver em problemas.

– Talvez você deva procurar Vinícius primeiro para lidar com seu avô antes de tudo. – Sugeriu Tamires.

Mariane levantou a cabeça, mostrando uma expressão complicada e soltou um suspiro.

Se não fosse pelo incidente do almoço, talvez fosse mais fácil.

Ela pensou um pouco e, aproveitando um momento de tranquilidade, enviou um pedido de amizade para Vinícius.

Sem resposta.

Ela enviou novamente, desta vez falando com ele na mensagem de verificação:

“Você está aí?”

Ainda sem resposta.

Ela continuou:

“A comida do almoço não estava boa, você se sentiu mal depois de comê-la?”

Ah, que frustrante.

Assim que terminou de reclamar, o pedido de amizade foi surpreendentemente aceito.

Vinícius mandou um emoji de sorriso. Era bem sarcástico.

Mariane sentiu um arrepio na espinha e continuou:

“Você está livre esta noite? Meu avô quer te convidar para jantar.”

Vinícius respondeu:

“Comida para cachorro?”

Mariane se engasgou.

Ela sabia que ele não deixaria isso passar facilmente. Ela se acalmou e estava prestes a se desculpar, quando recebeu uma mensagem dele:

“Você não quer se divorciar? Acha que seria adequado eu ir à casa dos Giordano para jantar assim?”

Essas palavras significavam que ele queria que ela voltasse para cozinhar um chá de gengibre para ele. Agora ele estava jogando as mesmas palavras de volta para ela.

Que miserável. Mesquinho assim, ela realmente não entendia como ele conseguiu se firmar no Grupo Lopes.

Ela rapidamente digitou um “Desculpe”, mas assim que enviou, viu que ele nem sequer a recebeu.

Então ele a desbloqueou por alguns momentos apenas para humilhá-la!

Esse cretino!

Ela jogou o celular de lado, sem opções. Estava tão ansiosa que parecia ter formigas na bunda. Pelo menos ela teria que passar pelo jantar. Se não tivesse outro jeito, ela iria sozinha. Contanto que ela não mencionasse o divórcio, Felipo talvez não conseguisse engoli-la.

…

Grupo Lopes.

Vinícius estava sentado na cadeira, com o rosto um pouco verde.

O assistente Dario foi chamado, e Vinícius nem precisou dizer nada, ele já sabia:

– Seu estômago está incomodando?

– Sim.

– Vou preparar o remédio para o senhor.

Dario suspirou, pensando naquela “comida para cachorro” do almoço, o Sr. Lopes com certeza não ficaria bem depois de comer aquilo. O Sr. Lopes realmente era bem estranho, por um lado não conseguia deixar Mariane e, por outro lado, arranjava todas essas confusões.

Vinícius tinha uma expressão fria no rosto, lembrando da mensagem que Mariane havia enviado momentos atrás, e zombou interiormente.

Pensou que ela era durona, mas quando enfrentou um problema, ainda tinha que pedir ajuda a ele.

Que tola.

Dario voltou com o remédio, Vinícius fechou os olhos e descansou. Franzindo a testa, ele fez uma pergunta estranha:

– Dessa vez, ela está agindo mais como se realmente quisesse se divorciar, não está?

Dario sorriu, colocando o remédio na frente dele, pensou por um momento e respondeu com cautela:

– Talvez… Não seja fingimento.