Capítulo 84

Estendi instintivamente minha mão e puxei o braço dela para dentro: “Venha para cá,”

Mafalda parou, confusa por um bom tempo, como se visse a sombra de Luna em mim.

“Quem é você afinal…” – Ela murmurou surpresa, após um longo silêncio.

Apenas sorri: “Ela nunca partiu, sempre esteve aqui.”

Mafalda ficou com os olhos marejados, desviou o olhar e apressou o passo em direção ao condomínio.

Fabricio estava escondido lá dentro.

“O que você pretende fazer depois da formatura? Trabalhar em um hospital ou…?” – Perguntei casualmente, curioso para saber se ela seguíria o caminho que havia planejado para si mesma.

Tinhamos estabelecido metas juntos; eu disse que queria estudar no exterior por um tempo, e ela falou que, depois de concluir a graduação e a pós–graduação, também queria fazer um doutorado e estudar fora do país. Depois, voltariamos triunfantes para casa, ela como uma médica salvando vidas e eu como um assistente trabalhando para alguém.

Nós sonhávamos em ganhar dinheiro juntos, gastá–lo, viajar, comprar uma casa e imaginar o futuro.

“Especializei–me em medicina legal, depois da formatura, serei legista.” – Ela me olhou seriamente e compartilhou seus planos.

Fiquei parado, chocado: “Por quê? Não tínhamos combinado que você seria médica…”

Por que mudar o sonho?

“Ah…” – Mafalda riu ironicamente: “Ela me deixou, por que eu deveria cumprir a promessa? Serei legista, pegarei aquele criminoso, não deixarei nenhum bandido escapar.”

Baixei a cabeça, ficando em silêncio por um tempo: “Mafalda, isso é perigoso…”

Só queria que ela estivesse segura.

Que encontrasse alguém que a amasse e compartilhasse a vida com ela.

“Isso é problema meu, não tem nada a ver com você.” – Ela resmungou, dando passos rápidos em direção à casa de Fabrício.

Ao chegarmos lá, Adonis também estava presente.

Ele saiu do carro com uma expressão carregada, entrou no elevador e subiu, chutando a porta do apartamento.

Mafalda e eu nos escondemos do lado de fora, observando Adonis procurar por Fabrício.

Provavelmente, Fabrício ainda estava dormindo e, quando a porta foi chutada, xingou irritado: “Quem é? Não deixam nem dormir!”

A porta se abfiu e Adonis entrou com a cara fechada.

Fabrício estava na cama, sem camisa, pálido de medo.

Ele segurava o cobertor nervosamente e gaguejou: “Mano… Adonis, o que faz aqui?”

Capitulo 84

“Te procurei por muito tempo.” – Adonis falou calmamente, aproximando–se da cama e observando o ambiente: “Se escondendo aqui e dormindo bem, né?”

Fabricio estava aterrorizado, gaguejando ainda mais: “Mano… é que, meu celular quebrou esses dias, não deu tempo de trocar, eu…”

Antes que Fabricio terminasse, Adonis já o tinha pelo colarinho: “E o negócio do vídeo, não vai me explicar?”

“Não é… fantasma, tinha uma mulher que parecia demais com a Luna, eu me assustei, falei besteira com medo, mano, você não pode acreditar, é claro que tem alguém querendo me prejudicar, até gravaram video.” – Fabrício estava claramente desesperado e com medo.

“Fabrício, quando você escondeu que a Luna estava pedindo ajuda no carro, eu já te dei uma chance, tem certeza que quer que eu aja fisicamente para você falar?” – A ira de Adonis era palpável, como se ele realmente pudesse matar Fabrício.

Fabrício tremia: “Mano… depois que a Luna morreu, você ficou meio louco, não faz isso… sou seu irmão, você não pode…”

Um grito de dor ecoou enquanto Adonis esmagava a cabeça de Fabrício contra o criado–mudo, instantaneamente sangue escorreu de seu nariz e boca.

Mafalda e eu nos assustamos e nos escondemos atrás da porta, sem coragem de entrar.

Adonis… como se tivesse enlouquecido?

Confesso que já vi o Adonis perder o controle bêbado, mas só comigo… Nunca o tinha visto assim.

“Mano… Eu errei, eu vou falar, eu vou falar…” – Fabrício chorava, implorando por misericórdia.

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