Capítulo 1715

Capítulo 1715

Kira murmurou:

Aquela dor, ela mal conseguia se colocar no lugar de Flávio, mas imaginava que pelo menos ele tinhasido amado por alguém, enquanto ela nunca tinha recebido tal afeto.

Então Flávio disse: “Não faz muito tempo, perdi meu irmão, meu pai também se foi… Nossa mãesofreu um choque e agora está de

cama…”

Ele falou com uma calma aparente, mas por alguma razão, aquelas palavras ecoarain dolorosamenteno coração de Kira.

Ela instintivamente colocou a mão sobre a dele e disse: “Flávio, se você não se importar com a minhainutilidade, daqui para frente posso ser sua amiga, caminhar ao seu lado, mudar o destino que jamaisdeveria ter sido o nosso.”

Flávio se virou, seu olhar frio encontrou o rosto de Kira, que o olhava de volta com uma mistura deingenuidade e determinação.

Kira se sentiu desconfortável sob seu olhar e falou: “Se você não quiser, esqueça o que eu disse.”

Flávio questionou: “Você quer ser minha amiga, caminhar ao meu lado. Você sabe o que estou prestesa enfrentar?”

Kira respondeu: “Isso importa?”

Flávio disse: “Você pode acabar como meu irmão e meu pai, perdendo a vida de repente.”

Kira de repente percebeu algo, surpresa, abriu a boca e demorou um tempo para fazer um som. “Vocêquer dizer que a morte do tio Henrique e do seu irmão são suspeitas?”

Flávio sorriu friamente: “Com medo? Agora você não tem para onde recuar. Você foi enviada dafamília Kira para a família Henrique. Querendo ou não, estamos no mesmo barco agora.”

Kira mordeu o lábio, determinada: “Eu não tenho medo.”

Flávio provocou: “Mesmo? Sem medo?”

Kira afirmou: “Eu sempre quis viver bem, com dignidade e liberdade. Não importa o que aconteça, eume digo que nada é mais importante do que estar viva. Mas às vezes, penso que é melhor estar mortado que viver dessa forma tão miserável.”

Flávio a chamou de covarde.

Kira replicou: “Mas esses pensamentos são passageiros. Eu não faria nenhuma besteira. Eu vou viverbem, da maneira que eu quero.”

Flávio olhou para ela e deu um sorriso inesperado: “Não se arrependa depois.”

Kira assegurou: “Não vou.”

Flávio desviou o olhar, observando novamente a urna funerária no altar: “Quem te avisou para vir?”

Kira respondeu: “Minha mãe.”

Flávio não disse mais nada.

Ele já esperava por muitas coisas.

Com a morte do filho mais velho, diziam que o patriarca da família Henrique havia sofrido um golpe eestava de cama.

O velório durou sete dias, e ninguém viu o avô Henrique.

O velho só quería ver duas pessoas; seu médico particular e o nutricionista responsável por sua dieta.

Portanto, Kira só teve a oportunidade de ver o avô Henrique depois do sepultamento das cinzas do paide Flávio.

Quanto ao estado de espírito do avô nos últimos dias, Kira não tinha informações, mas a visíveldeterioração de seu estado mental era evidente.

Após a partida dos convidados, permaneceram na Mansão Henrique apenas membros da família.Inesperadamente, os principais diretores e executivos do Grupo Empresarial de Henriquecompareceram.

Mesmo que Kira não entendesse muito bem, conseguia perceber que essas pessoas estavam agindocom intenções não muito amigáveis.

Ela permanecia quieta e obediente ao lado de Flávio, sem se atrever a dizer uma palavra, pois nãotinha espaço para falar em uma ocasião com tantas pessoas.

Victor Henrique foi bastante proativo: “Pai, os tios souberam que o senhor não estava bem e vieramespecialmente visitá–lo.”

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