Capítulo 876

Capítulo 876

Jean caminhava inquieto pela sala, parando por fim para encarar Marco Antônio. Porém, sua aura sedesfez ao encontrar o olhar sério de Marco Antônio “Marco Antônio…

Marco Antônio o olhou de volta. “Fala.”

Jean reuniu coragem para falar: “Carla está lá dentro sozinha há mais de duas horas. Não vamosverificar como ela está? Se algo acontecer, você não vai se culpar até a morte?”

Maria concordou do outro lado da sala. “Certo. Se algo acontecer com Carla, viveremos com a culpapara sempre.”

Em contraste com a ansiedade deles, Marco Antônio estava calmo como se não se importasse:.“Vocês cresceram com ela, deveriam conhecê-la melhor do que eu. Carla é uma garota forte. Assimque superar isso, nada mais poderá derrubá-la no futuro.”

“Forte?” Jean riu ironicamente, “O quanto mais você quer que ela seja forte?”

Marco Antônio olhou para Jean, mas não respondeu.

Jean continuou: “Quando ela era apenas uma criança, seu pai a abandonou. Ela foi forçada a crescer,a ser forte. Depois disso, não importa o que acontecesse, ela aprendeu a suportar, a ser forte, porquealém de sua avó, ela não tinha mais ninguém para contar.

Mas agora é diferente, ela tem você. Você tem que ser seu apoio, protegé-la, cuidar dela, mostrar aela que nem sempre precisa ser tão forte:

Marco Antônio respondeu: “Eu sou seu apoio, sou quem ela pode contar, cuidarei dela, protegerei ela.Mas ela ainda é uma pessoa independente, ela não

é minha propriedade, há algumas dificuldades que ela precisa enfrentar sozinha, e ao superá-las, elarealmente sentirá alivio.”

Ele poderia proteger Carla, cuidar dela com carinho, protegê-la como se fosse uma flor em umaestufa, mas ele sabía que isso não era o que Carla queria.

Marco Antônio acreditava que o relacionamento conjugal deveria ser de apoio mútuo, ambos precisamcrescer juntos para que o relacionamento seja durável.

Havia muitos casais que eram perfeitos um para o outro antes do casamento, mas depois que secasaram, como um deles não conseguia acompanhar o ritmo do outro, ficaram menos confiantes. Adiferença entre os dois se torna cada vez maior, levando ao divórcio.

Se ele quiser que seu casamento com Carla dure, então precisaria permitir que ela cresça com ele,tornando-se mais forte e sem deixar nenhum dos dois para trás.

Mas desta vez, Carla tinha que entender por si mesma e se tornar mais forte, caso contrário, elacontinuaria sofrendo.

“Quando o pessoal da funerária chega?”

Enquanto discutiam, Carla apareceu, perguntando calmamente a Marco Antônio.

Marco Antônio ficou um pouco surpreso e disse: “Eles e o carro já estão lá fora esperando, assim quevocê concordar, eles levarão o corpo de avó Lídia.” Carla disse sem expressão: “Deixe-os entrar.”

Avó Luisa, que estava ocupada lidando com os assuntos de avó Lídia, disse a Carla: “Carlita, uma vezque ela chegar à funerária, será cremada, e após a cremação, só restarão as cinzas. Podemos deixarsua avó ficar em casa por mais alguns dias, para que ela possa estar conosco um pouco mais. Eu já

pedi para preparar o equipamento de refrigeração, que pode garantir que o corpo de sua avó nãodeteriore dentro de dois dias.”

O clima em Salvador era muito quente e se quisessem manter o corpo em casa por mais alguns diassem que ele se decomponha, eles precisariam usar uma grande quantidade de equipamento derefrigeração. Era um processo complexo, caro e trabalhoso.

No entanto, Carla não queria que o corpo de sua avó fosse refrigerado após sua morte. “Avó Luisa,não se incomode. Eu quero que o corpo de minha avó seja cremado o mais rápido possível, e então, alevaremos de volta para Norte de Bella para ser enterrada o quanto antes.”

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