Robson era do tipo que não falava muito, partia logo para ação; quando podia agir, não perdia tempo com conversa fiada.

Depois de um grande esforço para conter a multidão, vi Morgana sendo levada em seu vestido manchado de sangue.

Adônis franziu a testa, claramente impaciente, virou-se para pegar Morgana e saiu com uma expressão sombria.

Observei, muito interessado, a mudança sutil no relacionamento entre Adonis e Morgana.

Adonis estava cansado? Que imbecil.

Conhecendo Adonis como eu conhecia, não demoraria muito para Morgana sentir a experiência infernal pela qual ele me faria passar se ela insistisse em ficar com ele.

“Robson, vamos embora.” – Peguei sua mão e nos afastamos juntos.

Quando chegamos à rua do lado de fora do hotel, vi Adonis entregando Morgana a um amigo e não a acompanhando ao hospital.

Eu me agarrei ao braço de Robson, rindo ironicamente: “Robson… Veja bem, as pessoas mudam, e isso é enjoativo.”

“Não é nada disso…”, objetou Robson.

Fiz uma expressão de surpresa e olhei para ele.

“Eu não mudo.” – Ele desviou o olhar, com as orelhas pálidas levemente coradas.

Fiquei atônito e minha ironia aumentou.

O que exatamente havia nele que não mudava? Será que ele só pensava em mim como uma substituta?

“Se você não muda, por que é tão gentil comigo? Nós mal nos conhecemos, não é?”

Robson e Lana também não se conheciam há muito tempo.

“Porque você é a Luna”, disse Robson de repente, com sinceridade.

Ouvi-lo dizer meu nome tão diretamente me fez ficar tensa por dentro.

Então percebi que ele ainda estava obcecado em me usar como substituta da Lana.

“Luna…” – murmurei baixinho; Robson sempre me chamava de Luna, nunca de Lana.

Nem mesmo Mafalda poderia me reconhecer, e ninguém acreditaria em mim se eu confessasse.

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