Minha Morte! Sua Loucura! ( Maria Rocha and Adonis ) -
Capítulo 4
Capítulo 4
“Luna, obrigada, eu não esperava que você fosse tão corajosa.”
Morgana veio falar comigo com falsidade, segurando minhas mãos, mas seus olhos transmitiam uma
ameaça.-
Soltei suas mãos e, com o estômago roncando de fome, deixei a casa dos Tavares.
Na verdade, naquele momento, eu já deveria ter desistido.
Hospital.
“Você está grávida, já tem dois meses. Ainda não percebeu? Vamos observar um pouco.”
Sentei–me chocada na cadeira, tremendo ao ver os resultados do exame.
Grávida.
Agora mesmo, eu estava grávida.
Adonis não me amava, ele obviamente não queria a criança em meu ventre.
Mesmo quando eu estava grávida, ele não mudava sua atitude em relação a mim, apenas achava que eu estava usando táticas para forçá–lo a se casar.
Cinco dias antes do desastre.
Criei coragem para contar a Adonis sobre minha gravidez.
Se ele não quisesse essa criança, eu a abortaria e iria embora.
Não iria mais me apegar a ele.
“Tu–tu–tu…” – Mas depois de inúmeras tentativas, ele se recusava a atender minhas ligações.
Na última tentativa, alguém atendeu.
Era Morgana.
“Luna, está procurando pelo Adonis? Ele está esgotado, precisa descansar.”
“Por que você está falando tanto com ela? Diz logo para ela não me encher o saco” – Do outro lado da linha, a voz impaciente do Adonis se misturava com a risada da Morgana: “Adonis, para com isso, estou naqueles dias, hoje não dá para você me tocar…”
Eu segurei o telefone, anestesiada e parada no sofá.
Naquela noite, o Adonis voltou, mas trouxe a Morgana com ele.
“Para quê você trouxe ela?” – A Elza franziu a testa, claramente descontente.
“Mãe, eu e Morgana vamos noivar, vim avisar a senhora” – A voz do Adonis era intransigente.
Elza ficou chocada, instintivamente olhando para mim.
Meus olhos se encheram de lágrimas, mas eu não disse nada.
“Eu não concordo, você tem um compromisso prévio com a Luna…” – A tia ainda tentou argumentar.
“A Morgana está na mira daquele assassino, que só ataca mulheres solteiras. Nossa união será
anunciada publicamente.”
A preferência do Adonis pela Morgana era escancarada.
Sentindo um turbilhão no estômago, levantei rapidamente, correndo para o banheiro para vomitar até não sobrar nada.
O que ele pensava que eu era?
Ainda me lembro, com dezoito anos, do acidente de carro dos meus pais, eu presa na lataria retorcida do veículo, que já estava pegando fogo, prestes a explodir.
Foi o Adonis que, desesperado, veio me salvar, quebrando o vidro do carro e, mesmo com as mãos sangrando, cortou o cinto de segurança que me segurava e me arrastou para fora, me levando para um lugar seguro.
Depois, continuou salvando meus pais sem se importar com a própria vida.
“Adonis… é perigoso…” – Eu chamava com a voz fraca, só assistindo de longe enquanto ele fazia de tudo para salvar nossa família.
No momento em que meus pais foram resgatados, o carro explodiu.
A labareda gigante e o impacto me fizeram tremer.
Apesar do destino trágico dos meus pais, a imagem do Adonis lutando para salvar vidas ficou gravada no meu coração como uma marca de ferro.
Ele era uma pessoa boa, sempre foi, só não me amava.
Depois de vomitar até não ter mais nada para expelir, caí no chão com a visão escurecendo.
Ele e a Morgana iam se casar.
E eu, sempre fui só uma piada.
“Luna, não tenha medo, você vai ficar bem, Luna…”
“Luna…”
Eu me lembro do acidente, ele gritava meu nome, dizendo para eu aguentar firme, que a ambulância estava a caminho.
Naquela época, eu pensei que ele também gostava de mim.
Um mal–entendido que durou anos.
“Luna, o que é isso agora, se fingindo de morta?”
A porta do banheiro foi arrombada, e Adonis olhou para mim descontente: “Amanhã à noite você vai para
a Ruela de Flare, já está tudo combinado, não venha com esses truques.”
“Adonis… você realmente não se importaria se eu morresse?” – Perguntei com voz rouca.
“Luna, pessoas como você têm muita sorte, você é perfeita para isso, você e esse assassino combinam! Use essa sua energia para acabar com ele, talvez você possa até contribuir com a sociedade!”
“Eu morrendo… Você ficaria triste?” – perguntei com voz rouca.
Adonis franziu a testa. Você teria coragem de morrer? Responderei a essa pergunta depois que você se for.”
Na noite do quarto dia antes do incidente.
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