Capítulo 6
Silvia Magalhães olhou firme para Amanda Magalhães e declarou: “Mãe, estou de volta.”
“Você me chamou de quê?” A surpresa fez com que os olhos de Amanda Magalhães se enchessem de lágrimas.
Apenas um dia antes, Amanda tinha procurado por Silvia, que não só não a reconheceu, como a desprezou, dizendo que jamais teria uma mãe tão vergonhosa.
Amanda ficou com o coração partido, mas se sentiu sem saída.
Silvia não queria aceitá–la, e os Gomes estavam dispostos a acolhê–la, então Amanda se viu forçada a renunciar à própria filha.
O que Amanda jamais esperava era que, no dia seguinte, Silvia voltasse e a chamasse de mãe!
Será que estava sonhando?
A vida de Amanda Magalhães também era cheia de percalços.
Jovem e apaixonada, engravidou de gêmeos aos dezenove anos.
Mas durante o parto, foi informada por uma enfermeira que um dos bebês não sobreviveu.
Após dar à luz, seu namorado, que parecia devotado, sumiu sem deixar vestigios e ficou desaparecido por dezoito anos.
Fol somente ao registrar um boletim de ocorrência que ela descobriu a verdade.
Tudo sobre o namorado era falso.
Endereço, nome…
Ele era um embusteiro.
Um sedutor contumaz.
Naquela época, para uma jovem de dezenove anos, ter um filho fora do casamento era umal grande vergonha. Então, depois que a filha nasceu, os pais de Amanda queriam que ela abandonasse a criança e encontrassem outro homem para casar.
Incapaz de abandonar sua filha, Amanda enfrentou os pais e se mudou com a criança.
Nesses anos todos, Amanda sobreviveu de bicos enquanto criava sua filha sozinha.
Ser mãe solteira nunca foi fácil, mas ela nunca abandonou a filha e não se casou novamente.
Sílvia Magalhães olhou para Amanda e a abraçou delicadamente: “Mãe, me perdoa, eu era imatura. Por favor, me desculpe. De agora em diante, sempre estarei ao seu lado.“”
“O que importa é que você voltou.” Amanda disse, chorando de felicidade e puxando Silvia para dentro: “Entra, por favor. Nosso lar é simples, não ligue para isso.”
Comparada à mansão dos Gomes, a modesta moradia dos Magalhães era praticamente inóspita.
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Capítulo 6
A sala, de uns dez metros quadrados, tinha papel de parede branco agora amarelado pelo tempo. O piso de cimento mostrava rachaduras e parecia ligeiramente úmido.
Num canto, havia uma mesa com três pernas, a quarta substituída por um pedaço de madeira.
Sobre uma estante de TV antiga e desgastada, repousava um televisor preto e branco.
Silvia jamais pensou que, em plena era tecnológica, encontraria uma relíquia assim.
Apesar das condições precárias, o lugar estava organizado e limpo, mostrando o zelo de Amanda. *Silvia, toma um pouco de água.” – Nesse momento, Amanda trouxe um copo d’água.
“Obrigada, mãe.” – Silvia agradeceu, segurando o copo com ambas as mãos e bebendo um gole.
Amanda observou Silvia beber, surpresa com a mudança. Os olhos de Silvia, tão expressivos quanto os seus, não mostravam mais desprezo.
Agora, Silvia estava diferente, transformada.
Dias antes, quando Silvia visitou, Amanda serviu–lhe água e foi recebida com desdém: “Eu só uso Voss até para lavar o rosto, e você me dá essa água! Está tentando me envenenar?”
Amanda na época nem sabia o que era Voss, descobrindo depois que se tratava de uma água mineral de luxo.
Mas, desta vez, Silvia não mostrava nenhum sinal de desprezo.
Mesmo assim, diante de Silvia, Amanda se sentia um tanto acanhada: “Silvia, o jantar logo estará pronto, o que você gostaria de comer? Posso fazer para você.”
Silvia colocou o copo de lado, pensativa: “Mãe, temos chuveiro em casa? Queria tomar um banho
antes.”
Depois de um dia com maquiagem pesada e ainda cheirando a álcool, Silvia só queria um banho para se sentir renovada e mais normal.
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